Palestra: “Os afetos descoloniais da desconstrução”

 

 

O objetivo da palestra é apresentar o pensamento do filósofo franco-argelino Jacques Derrida a partir de sua importante contribuição para refletirmos sobre a situação colonial brasileira.

 

Nascido na década de trinta em uma Argélia ainda colônia da França, Derrida vive a experiência do que chama de "crueldade colonial", que se soma ao momento da ocupação nazista da França. Judeu indígena, de cultura árabe e nascido na África, Derrida tira dessa experiência a força de seu pensamento, radicalmente voltado às questões éticas e políticas como alteridade, hospitalidade, democracia etc.

 

Buscaremos, nesse sentido, apresentar como a preocupação com a colonialidade aparece no pensamento de Derrida desde o final da década de 60 até 2004, ano que o filósofo morre e no qual profere, no Brasil, a sua última conferência.

 

Fazer justiça à desconstrução de Derrida, desde sua morte, significa pensar a singularidade de nossa situação colonial e, como ele, tentar reunir os elementos necessários para inventarmos modos de resistência.

 

 

Prof. Dr. Rafael Haddock Lobo

Cursou graduação em Filosofia na UFRJ, mestrado e doutorado em Filosofia na PUC-Rio e pós-doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (com bolsa da FAPESP) , no Instituto de Estudos da Linguagem da UNICAMP (com bolsa do CNPq) e atualmente realiza estágio de pós-doutorado no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UERJ. É professor do Departamento de Filosofia e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ. É autor de "Da existência ao infinito: ensaios sobre Emmanuel Lévinas", "Derrida e o labirinto de inscrições", "Para um pensamento úmido: a filosofia a partir de Jacques Derrida" e "Experiências abissais ou sobre as condições de impossibilidade do real". É coordenador do Laboratório KHORA de Filosofias da Alteridade (KHORA/UFRJ) e foi um dos criadores, coordenador, e hoje é membro do GT Desconstrução, linguagem e alteridade da ANPOF.